sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Esperar

Eu não estou mais aqui.
Acho que fugi pra longe.
Talvez com medo.
Talvez por tristeza.
Talvez por covardia.
Todos os dias eu sinto meu coração bater gelado, por uns dois segundos.
Como se ele quisesse parar.
É agonizante a idéia de esperar.
A sensação de que algo abrasadoramente dramático vai acontecer.
Eu espero por isso.
Espero pelo sol nascendo através da minha janela com cortinas brancas.
Espero pelo cheiro de terra molhada nesse amanhecer, choveu de madrugada.
Eu vou me levantar e tocar o chão de madeira com meus pés.
Então eu ouvirei você dizer.
"Dormiu bem?"
Não sei mais se vou ter tempo de esperar por este momento.
Eu espero a dor passar.
Espero o vazio ser preenchido.
Espero pelas lágrimas que nunca vieram.
Espero a tristeza sufocada parar de pulsar.
Espero você.
Espero eu.


domingo, 7 de novembro de 2010

Tempo

Saudade travessa.
Me atormenta por todas as direções.
Sabe como é olhar no rosto das pessoas procurando um olhar?
O familiar olhar que me dava harmonia.
Buscando a voz que me dava um caótico equilíbrio.
Agora eu sou só caos.
Esburacado.
Encostado em uma parede.
Deixado de lado.
Em conflito constante contra não sei o que.
Pensar em ouvir aquela voz de novo, me faz sentir nostalgia.
Conversar por um minuto era como estar pronto para uma guerra.
Sozinho.